A Intervenção Internacional no Brasil

Recentemente, foi divulgado pelo governo EUA uma série de documentos que comprovam uma intensa interferência política no Brasil, não apenas por parte da CIA, mas também por agentes internacionais do Comintern.

O primeiro documento traz a tona uma possível colaboração futura entre comunistas brasileiros representados por Leonel Brizola (então governador do Rio Grande do Sul e cunhado de João Goularte) e os governos de Cuba e China, para a possível criação de guerrilhas em território brasileiro garantiriam a posse de João Goularte em 1961. Mesmo que Brizola inicialmente tenha recusado a oferta, a situação é bem mais complexa. Há dois documentos da CIA que citam Brizola. O primeiro é apenas um relato não-oficial, que não diz nada. Ele data de 1961, e diz que Brizola recebeu uma oferta de apoio cubano, mas a rejeitou. O segundo, não. É um memorando oficial de inteligência, emitido pela CIA em Washington, em 1964. Ele diz que Fidel Castro, novamente, ofereceu ajuda financeira e militar a Brizola. E, em fevereiro, ele aceitou. Dez dias antes da revolução, estava recebendo armas. Essa é a única informação oficial da inteligência americana sobre Brizola; a outra é boato. Como se não bastasse, isso ignora todas as únicas bases populares janguistas — Ligas Camponesas, CGT, PUA e UNE, por exemplo —, as quais dependiam inteiramente da URSS, China e Cuba…

Outras evidências que apontam a intervenção comunista são os documentos de Prestes em 1959. Veja qual era seu programa para as eleições de 1960: “política externa independente”; “política econômica e financeira que favoreça o desenvolvimento independente do país”; “repúdio às imposições do FMI e limitação das remessas do capital estrangeiro”; “desenvolvimento e industrialização que eleve o nível de vida das massas trabalhadoras do campo e estimule o aumento da produção agropecuária”.

Toda essa “maravilha” de rompimento com o FMI, industrialização do nordeste, elevação do nível de vida e da produção agropecuária, era feita por pessoas que sabiam recitar “A ideologia alemã” de cor. Então o que estavam fazendo? Cumprindo as ordens emitidas por um ministro anônimo do governo de Moscou à filial da StB no Brasil em setembro de 1961 (um mês após a posse de Jango), na operação I-V, criptônimo LUTA: estimulando o nacionalismo e o antiamericanismo para causar uma guerra civil. Não foi assim só no Brasil. Foi na China, também. Foi na Hungria. Foi na Coreia. Foi na Síria, antes da “anexação”, movida por essa mesma razão, pelo Egito. Foi no Vietnã. Foi em todos os países africanos, nos quais o comunismo aparecia como lírico feiticismo tribal.

Desde antes da morte de Stalin, e sobretudo a partir de Khruschev, a diretriz oficializada do Comintern era a de promover revoluções com base no “nacionalismo”. Não houve uma única dessas revoluções que, tendo sucesso, não tenha levado suas nações à mais cruel escravidão de um Estado totalitário internacional.

Mas aparentemente isto não era o suficiente para os interventores internacionais. Os documentos revelam que os Estados Unidos tinham uma enorme quantidade de bases da CIA em solo brasileiro, fazendo o Brasil ser o segundo maior país com espionagem do órgão americano.[1] Escancarando, assim, um evidente intervencionismo nas políticas internas do Brasil.

Não é nenhuma novidade a atuação subversiva dos Estados Unidos no Brasil. Em 1937, o presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt, após a marcha dos 50 mil, exigiu que um autêntico movimento nacionalista fosse fechado. Segundo um relatório feito pela Alemanha traduzido no pós-guerra, é relatado que Roosevelt desde cedo já tinha o intuito de encerrar e iniciar uma campanha de perseguição contra a Ação Integralista Brasileira (o que foi concretizado em 1937 com o Estado Novo), fato que foi confirmado mais tarde por Oswaldo Aranha, Ministro de Relações Interiores do Brasil nos Estados Unidos durante o período.

Todas essas informações evidenciam que o Brasil necessita de um Nacionalismo essencialmente soberanista, mas de verdade. O Trabalhismo como fenômeno político serviu apenas como mero títere do comunismo, revestindo-se de um patriotismo de vitrine, como uma forma desesperada de galgar apoio das massas. Enquanto isso, também não necessita-se de um nacionalismo americanista, que quer submeter o Brasil aos mandos e desmandos da nação ianque. É necessário um Nacionalismo de verdade, autêntico, soberano, que não se prostra ante nenhuma outra nação no mundo.

O que resta saber é: até quando? Até quando o Brasil será uma colônia de influências exógenas?

Autores: Marcos Eduardo e Matheus Batista.

Notas:

[1] Dados mostram que Brasil foi o segundo país mais espionado pela CIA. Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/dados-mostram-que-brasil-foi-o-segundo-pais-mais-espionado-pela-cia.

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